Navagunjara – Mitologia Hindu
O épico hindu Mahabharata menciona uma criatura híbrida composta por nove animais, o ser mitológico conhecido como Navagunjara. A criatura é descrita com a cabeça de um galo, pescoço de pavão, costas de touro e cintura de leão, além de sua cauda em forma de serpente. As patas traseiras de Navagunjara seriam uma de antílope e a outra de tigre, também teria uma pata dianteira de elefante, enquanto a outra seria uma mão humana, sempre erguida e segurando uma lótus.
A lenda de Navagunjara é narrada na versão de Sarala Dasa, no qual o herói Arjuna, filho do deus Indra, meditava em uma colina – durante sua penitência em seu exílio – buscando ter uma visão divina, foi quando uma misteriosa criatura surgiu em meio à uma nuvem de poeira.
Sua incapacidade de assimilar a existência daquele ser que ia além da compreensão humana causaram um misto de terror e fascínio no herói. Enquanto empunhava seu arco e flecha, Arjuna notou que a criatura detinha um semblante sereno e não ameaçador, foi quando ao avistar a mão humana segurando uma lótus tudo se esclareceu, logo o herói abaixou suas armas e saudou a criatura, pois ali havia percebido que Navagunjara era uma manifestação de Vishnu, um dos principais deuses do hinduísmo, a visão divina que o arqueiro buscava.
No Bhagavad Gita, parte do épico Mahabharata, durante um diálogo entre Arjuna e Krishna – um dos avatares de Vishnu – o herói confuso sobre seu dever pede ao deus que lhe dê uma visão de sua verdadeira forma, então Arjuna recebe iluminação e visualiza todo o universo dentro de Krishna, uma visão gloriosa e aterrorizante de Vishvarupa, a teofania de Vishnu. É dito que Navagunjara seria uma variação dessa forma onipresente.