Não ouse dizer entre os
mateiros do Norte, especialmente no Amazonas e no Acre, que é só uma lenda, há
quem jure de pés juntos já ter visto as ardilosas e persistentes Onças-Bois – até
os mais céticos aconselham a não duvidar. Também conhecida como Onça Pé de Boi,
a criatura fantástica conta com depoimentos vigorosos de pescadores, caçadores,
e seringueiros. Testemunhos de pessoas aterrorizadas com suas características anômalas
e seu sagaz método de caça.
Pavores que habitam as florestas
e as proximidades dos rios, tratam-se de obstinadas onças-pintadas que deixam inconfundíveis
pegadas com suas quatro patas dotadas de cascos fortes e redondos, como os de
um grande boi. No entanto, por conta dessa característica, elas não conseguem
escalar as árvores, mas solucionam tal problema com maestria. Dizem que,
diferente das onças comuns, as Onças-Bois sempre caçam em dupla, um macho e uma
fêmea. Assim, quando um caçador tenta escapar subindo numa árvore, uma delas fica
vigiando enquanto a outra sai para comer, beber, e dormir. Revezam o posto dessa
guarda montada por dias e noites se for preciso, até a encurralada presa humana
esgotar-se e cair do topo; sendo devorada ferozmente e sem chances de escapar.
Segundo relatos, só
existe uma forma de deter esse mortífero casal. Dizem que o caçador que avistá-los
deve imediatamente atirar e matar o macho, pois assim a fêmea sairá correndo.
Do contrário, caso mate a fêmea, o destino não será o mesmo, pois acredita-se
que a Onça-Boi macho continuará no seu encalço. Nessas condições, nem mesmo um
veterano de caça conseguirá escapar da fera aniquiladora, que enxerga os seres
humanos como seus maiores inimigos e principal alvo.