sábado, 12 de setembro de 2020

Tapiraiauara – Folclore Brasileiro

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Tapiraiauara  Folclore Brasileiro

        Também conhecida como Anta-Cachorro ou Anta-Onça, a Tapiraiauara (também grafada como Tapira-Iauára, Tapirê-Iauara ou Tapyíra-Iauára) é mais um ser quimérico do nosso folclore. Um poderoso híbrido das antigas lendas indígenas, que dizem habitar as águas e os arredores do rio Madeira e seus afluentes. Criatura fantástica de dimensões avantajadas, difundida principalmente no Amazonas, mas também relatada em Rondônia e até mesmo no Pará, tem em seus movimentos impetuosos uma exibição de sua notável força bruta.
      Suas descrições variam um pouco, no entanto, em geral, é narrada como uma criatura muito grande, que tem forma de onça, mas cabeça e pés de anta, muitas vezes retratada com longas orelhas e uma crina de fios espessos. Em alguns relatos, surge com uma pelagem de tom mais avermelhado, em outros, é citada com um corpo negro. Há também quem diga que suas patas da frente na verdade possuem nadadeiras, enquanto as patas traseiras são iguais às de um cavalo. Além disso, existem relatos que lhe conferem um terrível odor, tão insuportável quanto o do Mapinguari. Alguns também falam sobre seu par de olhos misteriosos e intimidadores, que anunciam sua chegada junto da água turva.
      A Tapiraiauara prefere evitar assentamentos humanos, vivendo nas profundezas dos bosques e dos aningais. Alguns a rotulam como uma guardiã da vida aquática e dos rios, enquanto outros classificam suas ações de forma mais ampla, como uma figura soberana que aterroriza os caçadores para proteger os animais, independente da espécie e do habitat deles. Para outros, ela é alvo de estudos da criptozoologia, como uma possível espécie remanescente da megafauna extinta. O fato é que, seja como for, a fera territorialista irá repreender aqueles que perturbarem suas áreas, bem como todo e qualquer excesso contra as leis da caça, atacando sem piedade os pescadores e caçadores, em especial os covardes que ousam matar as fêmeas prenhas.
      Aterrorizando os igapós ao agitar as águas com violência, ela emerge estrondosamente; uma besta furiosa, virando as canoas dos pescadores – alguns folcloristas atribuem tais características ao falarem de uma criatura chamada Tapira, ou Tapiora, como uma onça anfíbia descendente da Tapiraiauara, ou um fragmento do mesmo mito; no entanto, coletando e analisando relatos ribeirinhas, aparentemente trata-se da mesma fera, apenas com o nome abreviado. Ainda, não é somente pelos rios que tal criatura oferece perigo, sendo habilidosa também em terra firme. Mesmo que sua presa suba na árvore para refugiar-se, a Tapiraiauara irá cavar a terra incessantemente até derrubá-la, com toda sua voracidade.

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