sábado, 17 de outubro de 2020

Guará – Folclore Brasileiro

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Guará  Folclore Brasileiro

        Pela América do Sul existem muitos mistérios que envolvem o lobo-guará, alguns acreditam que seu olhar pode hipnotizar os caçadores; outros, creem que carregar um dos olhos do animal como amuleto trará boa sorte ou até mesmo um amor impossível (uma terrível falácia que, em meio a diversos outros fatores, também contribuiu para a espécie estar ameaçada de extinção). No entanto, apesar dessa introdução, é sobre outro Guará que iremos falar. Não, não é sobre a ave. É sobre algo mais terrível. Uma criatura mítica do grupo de monstros do nosso folclore.
      Guará é um termo que na língua tupi significa vermelho, exata coloração do corpo de tal ser aberrante que amedronta os seringueiros da fronteira do Pará com o Maranhão. Esse criptídeo brasileiro faz das tardes de verão sua hora preferida para atacar, sendo raros os ataques noturnos. Teria a estatura de um veado-catingueiro, sendo uma mistura do mesmo com uma capivara. Sem chifres e de pescoço alongado, ronda pela região com suas pernas esguias, sedento por carne, armado com seus dentes salientes como os de um roedor. Salivando igual a um cão faminto em busca de sua presa.
      Porém, o que torna o Guará tão singular é seu sistema anômalo. Seu corpo é estreito na frente e grande atrás; ele tem seus intestinos literalmente desprendidos, sacudindo em seu interior. Assim, quando desce algum aclive, seus intestinos vão parar no seu peito, sufocando-o, ao ponto de precisar caminhar lentamente para respirar. É nos terrenos planos e nas subidas que ele se liberta, conseguindo correr velozmente como uma besta enfurecida, desferindo suas mordidas letais.
      Seus berros ensurdecedores emulam um desesperador grito humano, na tentativa de atrair suas vítimas. Os sobreviventes dizem que as fêmeas são mais intrépidas, e com uma carne que lembra a felpa seca dos veados. Diferente dos machos, ligeiramente mais cautelosos, e com uma carne imprestável e malcheirosa. Para combater um Guará é melhor caminhar em grupos acima de três pessoas. Do contrário, a travessia não terminará nada bem.

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